... Os dias tem sido solitários e vazios, eu já estive no topo, fui um homem de poder e conhecimento, claro uma advogado!, mas agora dentro da minha aposentadoria, após um acidente de carro, eu me resigno a ficar sentado em casa sozinho, ninguém mais me visita, acredito que finalmente me tornei um velho ranzinza, os dias passavam até que uma noite um homem bateu a minha porta; era elegante e de porte distinto, como eu também fora, se apresentou como médico, a sua fala era um ponto que eu a muito havia perdido, conversar com este homem me trouxe lembranças dos bons tempos, conversamos muito sobre o porque de eu estar parado em casa, sobre quem eu fui, e isso cada vez mais me trazia forças de querer sair desta inércia, até que conforme as palavras saiam de sua boca, eu percebi, percebi que minha vontade por poder, que minha fome por conhecimento ainda existia,e que eu estava perdendo meu tempo parado, ao me tocar disso, bati um terno guardado de dentro do armário, me arrumei sem nem me lembrar do doutor, a pessoa que tinha me mostrado a luz, e ao tentar sair de casa com ambição renovada, uma dor enorme me segura, e minhas forças cada vez se deterioram conforme eu me afastava da casa, me arrastando de volta para dentro eu de joelhos no chão me deparo com o doutor sentado em minha poltrona, com um copo de vinho na mão me estudando fixamente, e suas palavras alcançam meus ouvidos como trovões.
-- desculpe - me ainda não disse meu nome, me chamo Cláudius, e infelizmente temo que não tenho uma notícia boa para lhe dar senhor Arthur...
eu não me lembro de ter dito meu nome a ele mas isso era o de menos, de alguma maneira sua presença agora crescia como uma aura dentro da sala, algo quase tangível
-- O acidente de carro que o senhor teve, ele ocasionou em duas mortes ...
ele está brincando comigo, somente a mulher do outro carro tinha morrido, e só eu estava em meu carro, que eu me lembre eu sai do hospital ainda no mesmo dia andando e não ouvi relatos de outras pesso ...
antes que eu pudesse terminar a frase um flash corta a minha mente ao mesmo tempo que o Dr. Cláudius volta a falar.
-- Sim parece, que o senhor finalmente entendeu não é ?
-- Mas como ? como eu estou aqui ? como assim ? porque o senhor pode falar comigo ?
-- Bom meu amigo, eu sou como eles dizem um médium ...
-- Mas vocês não deveriam ser charlatães ? ou pessoas que ajudam outras ? ou coisa do tipo ?
-- bom sim, existem tias pessoas, mas eu não sou uma delas ...
-- e para que foi tudo isso ?, se eu nem ao menos posso por os pés fora de casa, para que o senhor veio aqui me lembrar do que eu era ?
-- bom meu amigo, é aqui que chegamos ao meu ponto de partida, a morte não é o fim do caminho, mas simplesmente uma outra etapa, e essa sua ganância por poder, sim ganância, foi o que me trouxe até você; diferente das pessoas que foram citadas antes eu posso tira-lo daqui, e mais posso lhe dar poder novamente
as palavras que ele dizia conforme bebia de sua taça, passavam por mim atônito e confuso, mas algumas ficaram pulsando dentro de mim "Tira-lo daqui" "poder"
--- COMO ??
-- se esta de acordo por favor venha, temos trabalho a fazer ...
desse dia em diante os dias não são mais tão solitários ....
Dr. Arthur Magalhães, morto e assistente direto do Dr. Cláudius
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