quinta-feira, 12 de agosto de 2010

em um luar qualquer

o som das ondas ao longe não deixa que a noite perca a sua magia, sob um luar deslumbrante, clara e estrelada, coqueiros fazem um caminho para a areia branca e o rio que corta a sua porta faz o lugar se tornar praticamente mágico, o calor do dia ainda se pode sentir sobre uma brisa leve do verão, que leva seu cabelos num leve balançar, o rítimo das ondas dita os passos pela água, mãos dadas, pés descalços, um caminhar sereno, um sorriso tímido, a cumplicidade desta noite como nenhuma outra no fundo do olhar de cada um se reflete como algo a muito esperado para ambos e ao mesmo tempo algo tão bem confirmado em cada um, o íntimo se abre e pode-se ver dentro o que se é, sem palavras sem sinais, como livros que se abrem, e ali se sabe que não mais há segredos, o íntimo que machucado muitas vezes pensou em nunca mais se abrir, em nunca mais tentar, ou em nunca mais sorrir, mas como tudo na vida, o sofrer tem o seu lado de cura e sob a luz de uma luar qualquer, coisas que antes teriam impedido esta situação, não mais tem valor, pois entre um e outro ali nada mais é necessário além do ar para que respires, da areia para que sentes e das estrelas para que contemples, contemplar que a vida não é somente agora, que a felicidade não é somente feita de coisas alegres, que o mundo não é só para ser aproveitado, que passado e futuro são coisas tão integrantes em você quanto existem estrelas no céu, que nem tudo é perfeito, que uma vida não deve ser marcada por respirar, mas sim por quantas vezes se perdeu o fôlego, que arriscar as vezes é tudo que se pode fazer para tentar, mas nunca tentar é o mesmo de jamais existir, e por fim entender que isso não significa nada comparado com a luz da tua presença, e que tudo é pouco mas é suficiente, e que não hoje mas um dia está prosa será feita presente no coração daqueles que assim o sentem.

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